04 maio 2020

REENCONTRO (Ou coisas que a gente não sabe explicar)





Vejo minha avó materna,
Sentada num velho sofá.
Não estava só.
Algumas pessoas, em pé, ao seu lado.
Olhavam fixamente uma tela de TV.
Pergunto o que veem.
Minha avó responde:
“Não vê? Uma cachoeira!”
Aproximo-me.
Ouço um chamado,
Que não entendo de onde vem.
Atravesso a cachoeira.
Do outro lado, uso um vestido
De flores multicoloridas.
E outra vez, sou chamada a continuar.
Não tenho dúvidas por onde seguir,
Como se sempre tivesse vivido ali.
A paisagem...
Árvores frondosas...
A velha casa...
Tudo me é familiar
E me esperam para um almoço.
Alguém me entrega um envelope.
Nele, papéis que não reconheço
E uma passagem de ônibus,
Cujo destino não sei.
De repente, uma voz:
“Foge... Foge...”
Sem nem saber o porquê
Saio correndo,
Pulo por uma enorme janela
E caio na cachoeira por onde entrei.
Volto à realidade.
Era um sonho...
Um reencontro talvez.

Cláudia Ferreira
4/5/2020

2 comentários:

SOBRE NOSSOS PARLAMENTARES E TAIS

E vem aumentando a lista que se enquadra na máxima de que "político é tudo igual, nenhum presta". Nos últimos dias, nosso Congress...