Final
de ano é assim. Começamos a repensar atitudes, refletir sobre algumas ações e,
se não tomamos conta, dá até uma deprê. Chegamos ao fim do ano como um vaso de
vidro que se espatifou no chão, em mil pedaços.
“Pensamentos
e palavras, atos e omissões”. Esse é um trecho do ato penitencial, parte da
missa da igreja católica, em que se faz um exame de consciência.
Consciência...
Que bom seria se a tivéssemos plenamente
sobre o que fazemos, o que nos cerca, o que queremos. Talvez, nossas atitudes
fossem menos egoístas e mais assertivas.
Pois, seres em constante busca pela sobrevivência que somos, muitas
vezes, perseguimos “minha sobrevivência”, “minha glória”, “minha vitória”, “meu
sucesso”, individuais, em detrimento do sucesso coletivo.
Gostaríamos
de só ter pensado coisas boas de todos; gostaríamos de só ter proferido
palavras de gratidão; gostaríamos de só ter agido pelo bem; gostaríamos de não ter nos omitido quando o
mal agia. Mas, num verdadeiro ato penitencial, tomamos consciência de que
fizemos tudo (ou quase) contrário a isso.
Resta-nos
catar os cacos que sobraram da queda do vaso de vidro. Muitas vezes, impossível
de colar, sem deixar à mostra as emendas. Ou, será que, por causa delas, é que não
erramos reiteradamente? E ainda que as marcas sejam disfarçadas, quem se quebra
como um vaso caído ao chão, sabe que os cacos estão colados e nunca mais será o
mesmo.
De
qualquer forma, vale catar os caquinhos
e seguir adiante, com a consciência das marcas de cola na alma.
Cláudia Ferreira
Dez/2019
Cicatrizes são sinais de que sobrevivemos!
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