Andei pensando nos trabalhadores.
Muitos não têm o que comemorar,
E até no primeiro de maio,
São obrigados a trabalhar.
Na televisão, muitos dizem:
Brasileiro é trabalhador e não
desiste!
Mas para os que governam,
Muitas vezes, ele nem existe!
Há os que sempre estão ali,
E invisíveis nas ruas são.
Veem sempre o nosso lixo,
Mas os preferimos longe da nossa
visão.
Há os que lavam, varrem, cozinham.
Invisíveis nos lares são,
Mas se faltam um único dia,
A rotina se torna uma confusão.
Há os que cuidam de nossas chagas,
Em infectados ambientes.
Anjos invisíveis, aliviando a dor,
Mas que também caem doentes.
Há os que correm sobre duas rodas,
No vai-e-vem de tantas necessidades.
Invisíveis nos seus capacetes,
Servem ao urgente e às vaidades.
Há os que são invisíveis durante o
ano,
Lembrados só na nota final,
Sem estrutura, muitas vezes, sem
salário,
Tendo que se reinventar no mundo
digital.
Certamente, há tantos outros,
Que eu poderia lembrar aqui.
Porém, escolhi entre muitos,
O professor, o moto-boy, o
enfermeiro, a doméstica e o gari.
E vai meu último recado
Àquele que se acha o dono do mundo
Os coveiros estão trabalhando.
Vai trabalhar, vagabundo!
Cláudia Ferreira
1º de maio de 2020