Ao som da macabra orquestra,
Tendo a
troça por maestra,
Os pares
vão-se formando
E tudo vira
uma festa.
Alguém dança
com aquele,
Aquela dança
com o amigo,
E dançam sem
ter vergonha,
Até mesmo
com o inimigo.
Pelo som do carimbó,
Pelo frevo e
o lundu,
Passando pelo
forró,
Chegando ao
caxambu.
Na marcação
do fandango
E na batida
do samba,
Os pares
vão-se ajeitando,
Numa grande
surumbamba.
Fulano com a
beltrana,
Beltrana com
outros mais;
Cicrano não
entra na trama,
Porque não
sabe o que faz.
Maracatu e
xaxado,
Jongo, valsa
e catira;
Xote, chula,
enlaçado
Vão também
compondo a trilha.
E em meio à
festança,
Ao ritmo do
tambor,
Aguardando a
contradança,
Está o pobre
do eleitor.
Cláudia
Ferreira
26 de julho
de 2022