13 julho 2020

ÁGUAS


Sou a “arca de Noé”, na fúria do Mar Negro;
A embarcação do corajoso Ulisses, na “odisseia” de Homero;
A temida barca de Caronte, no “juízo final” de Michelangelo;
A aventureira nau de Vasco da Gama, um dos “lusíadas” de Camões.

Sou Santa Maria, Pinta e Niña, nas conquistas de Colombo;
As desbravadoras caravelas de Cabral, na baía de Todos os Santos;
As pirogas de um tronco só, na tradição dos povos ameríndios;
O trágico “navio negreiro”, no mar de Castro Alves.

Sou “la barca” latina, romântica, na voz de Luis Miguel;
O divertido “yellow submarine” dos Beatles, com todos os amigos a bordo;
A triste “chalana” de Mário Zan, na voz do pantaneiro Almir Sater;
O veleiro esperançoso, no “porto solidão” do eterno Jessé.

Sou “o barquinho” bossa-nova de Menescal e Bôscoli;
A jangada, sustento dos pescadores de Dorival Caymmi;
A saudosa “barcarola do São Francisco”, no domingo de lua de Geraldo Azevedo;
A barca da “preta, pretinha” dos Novos Baianos.

Sou o barco dos “argonautas” na tormenta de Chico Buarque;
O barco à vela, na “aquarela” de Toquinho;
As regatas do “almirante negro”, “nas águas da Guanabara”;
O “corsário” tomando de assalto os corações de Aldir Blanc e João Bosco.

Sou as chegadas e partidas, no “cais” de Milton e Ronaldo Bastos;
O “barco sem porto” de Zeca Baleiro;
A barca Rio-Niterói, no transporte diário de trabalhadores;
Os barquinhos de papel das crianças com infância.

E na contraditória canoa furada,
Sou, com Rita e Roberto,
Quem rema contra a maré.
Não acredito em mais nada!
Só não duvido da fé.


Cláudia Ferreira
13 de julho de 2020

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