Sou a “arca
de Noé”, na fúria do Mar Negro;
A embarcação
do corajoso Ulisses, na “odisseia” de Homero;
A temida
barca de Caronte, no “juízo final” de Michelangelo;
A aventureira
nau de Vasco da Gama, um dos “lusíadas” de Camões.
Sou Santa
Maria, Pinta e Niña, nas conquistas de Colombo;
As desbravadoras
caravelas de Cabral, na baía de Todos os Santos;
As pirogas
de um tronco só, na tradição dos povos ameríndios;
O trágico “navio
negreiro”, no mar de Castro Alves.
Sou “la
barca” latina, romântica, na voz de Luis Miguel;
O divertido “yellow
submarine” dos Beatles, com todos os amigos a bordo;
A triste “chalana”
de Mário Zan, na voz do pantaneiro Almir Sater;
O veleiro
esperançoso, no “porto solidão” do eterno Jessé.
Sou “o
barquinho” bossa-nova de Menescal e Bôscoli;
A jangada,
sustento dos pescadores de Dorival Caymmi;
A saudosa “barcarola
do São Francisco”, no domingo de lua de Geraldo Azevedo;
A barca da “preta,
pretinha” dos Novos Baianos.
Sou o barco
dos “argonautas” na tormenta de Chico Buarque;
O barco à
vela, na “aquarela” de Toquinho;
As regatas
do “almirante negro”, “nas águas da Guanabara”;
O “corsário”
tomando de assalto os corações de Aldir Blanc e João Bosco.
Sou as
chegadas e partidas, no “cais” de Milton e Ronaldo Bastos;
O “barco sem
porto” de Zeca Baleiro;
A barca
Rio-Niterói, no transporte diário de trabalhadores;
Os barquinhos
de papel das crianças com infância.
E na
contraditória canoa furada,
Sou, com
Rita e Roberto,
Quem rema
contra a maré.
Não acredito
em mais nada!
Só não
duvido da fé.
Cláudia Ferreira
13 de julho de 2020
Que a fé nos guie.
ResponderExcluirEstamos à deriva!%