13 junho 2024

SOBRE NOSSOS PARLAMENTARES E TAIS

E vem aumentando a lista que se enquadra na máxima de que "político é tudo igual, nenhum presta".

Nos últimos dias, nosso Congresso tem protagonizado um show de horrores, de palavras de baixo calão a promessas de agressões físicas. Até aí, nada assusta, já que em outras épocas, isso também ocorria. O que me escandaliza é a sagacidade dessa gente para manipular a opinião pública, na tentativa de corroborar seus mais espúrios projetos de anulação de direitos conquistados há décadas.

Vamos falar de aborto?

Não creio que alguém de bom grado seja a favor da prática do aborto. Passa pela cabeça de alguém que uma mulher recorreria a isso com um sorriso na cara, ou que ela transaria pensando "Ah, se eu engravidar, eu tiro e tá tudo bem"?

Já existe lei que garante o chamado "aborto legal", e que não determina a época para fazê-lo. O que querem, então, com essa ideia de criminalização do aborto, até para esses casos, delimitando-os em até 22 semanas? 

Ora, se preparo um canteiro de mudas, eu devo cuidar dele até mesmo antes da germinação. Esses que dizem defender a vida não a consideram antes disso? Antes de 22 semanas, não há vida? O que é vida pra essa gente? A vida de uma mulher presa pela prática de aborto, não é vida? A vida de outros filhos que, talvez essa mulher já tenha, não é vida? 

E não adianta falar que, em casos de homicídio, um assassino também tem uma vida, então ele também não deveria ser preso. 

Não é disso que se trata. O fato é que aborto só é crime no quintal do vizinho! Se minha filha engravida de um namorado indesejado, muitos na família pensarão na hipótese de aborto. Se minha amante engravida, talvez seja a primeira hipótese. Hipocrisia!

Será que é possível nos colocarmos no lugar de meninas, adolescentes, ou mulheres adultas, que são estupradas, terem que aceitar gerar um filho de um ato tão bárbaro? Sem falar nos outros casos, onde o aborto, por lei, é considerado legal.

Vale lembrar que namorados e maridos "amorosos" também fazem, muitas vezes, suas "amadas" de vítimas sexuais, que geram crianças em ambientes de total ausência de harmonia. Vale lembrar que, grande parte dos estupros de vulneráveis ocorre em ambiente familiar, e essas meninas geram filhos dos próprios pais, avós, tios, irmãos.

Por fim, vale lembrar as estatísticas de meninas mortas por não terem o corpo formado para uma gravidez e mulheres mortas em "açougues" ou com remédios caseiros, por não terem acesso à assistência de saúde adequada para o aborto.

Se já está ruim, vai piorar!

De que vida estamos falando?


Cláudia Ferreira 

13 de junho de 2024


SOBRE NOSSOS PARLAMENTARES E TAIS

E vem aumentando a lista que se enquadra na máxima de que "político é tudo igual, nenhum presta". Nos últimos dias, nosso Congress...