19 dezembro 2019

COLANDO OS CACOS (Ou o que sobrou de nós)





                Final de ano é assim. Começamos a repensar atitudes, refletir sobre algumas ações e, se não tomamos conta, dá até uma deprê. Chegamos ao fim do ano como um vaso de vidro que se espatifou no chão, em mil pedaços.
            “Pensamentos e palavras, atos e omissões”. Esse é um trecho do ato penitencial, parte da missa da igreja católica, em que se faz um exame de consciência.
              Consciência...  Que bom seria se a tivéssemos plenamente sobre o que fazemos, o que nos cerca, o que queremos. Talvez, nossas atitudes fossem menos egoístas e mais assertivas.  Pois, seres em constante busca pela sobrevivência que somos, muitas vezes, perseguimos “minha sobrevivência”, “minha glória”, “minha vitória”, “meu sucesso”, individuais, em detrimento do sucesso coletivo.
              Gostaríamos de só ter pensado coisas boas de todos; gostaríamos de só ter proferido palavras de gratidão; gostaríamos de só ter agido pelo bem;  gostaríamos de não ter nos omitido quando o mal agia. Mas, num verdadeiro ato penitencial, tomamos consciência de que fizemos tudo (ou quase) contrário a isso.
                Resta-nos catar os cacos que sobraram da queda do vaso de vidro. Muitas vezes, impossível de colar, sem deixar à mostra as emendas. Ou, será que, por causa delas, é que não erramos reiteradamente? E ainda que as marcas sejam disfarçadas, quem se quebra como um vaso caído ao chão, sabe que os cacos estão colados e nunca mais será o mesmo.
                De qualquer  forma, vale catar os caquinhos e seguir adiante, com a consciência das marcas de cola na alma.

Cláudia Ferreira
Dez/2019
               

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